JUSTIÇA PARA A VÍTIMA E NÃO PARA O CRIMINOSO
Hoje cêdo alguem me veio apoiando a proposta de Bolsonaro para aumentar a pena de estupradores, inclusive a vingança histérica hamurabiana de “castração química”.
Bolsonaro parece ser o menos sujo dos atuais pre-candidatos.
Mas isso, por si só, não o qualifica como um sujeito competente para presidir o Brasil nas condições atuais. Pode até ser que ele seja o menos mau entre os atuais pre-candidatos. Mesmo assim…
O problema grave, o qual está sempre ausente nas mídias e nos palanques, e que se aplicaria a este caso de “estupradores” e outros semelhantes, é que a lei e o judiciário só se ocupam do crime, no caso, o estupro, DEPOIS QUE O ESTUPRO JÁ OCORREU.
Aí, então, a abordagem dos Operadores dos Direitos é exclusivamente de:
VINGANÇA E NÃO DE JUSTIÇA.
Explico:
A Sociedade e especialmente os eleitores do Bolsonaro, deveriam se fazer a pergunta:
“O que é que queremos: vingança contra criminosos, ou queremos EVITAR QUE OCORRAM CRIMES?”
Não adiantará nada fazer esta pergunta a advogados, “juristas” e outros de entre os Operadores do Direito, porque eles
ELES PRECISAM QUE A CRIMINALIDADE CRESÇA, AUMENTE, PORQUE É ISSO QUE É BOM PARA O NEGÓCIO DELES.
Por causa disso, se queremos mesmo evitar crimes, estupros entre eles e também fazer justiça, então seja BOLSONARO ou outro candidato, deveria encarar a coisa de dois ângulos:
(1) Corrigir as leis e trabalhar para criar ambiente que evite ocorrências de crimes, isto é: para prevenir, em vez de ‘apenas’ criar mecanismos, empresas e dispositivos de proteção e defesa, e
(2) Fazer justiça para a vítima em vez de promover vingança contra o criminoso. Isso vai requerer termos, em vez de um “Código Penal”, um CÓDIGO DE JUSTIÇA.
A lei, no caso de um Código de Justiça deixa a “emoção, o horror, a indignação” de fóra, simplesmente porque esses não são sentimentos apropriados a um sistema legal: são próprios das pessoas naturais.
E esse Código de Justiça fará o criminoso RESSARCIR AS VÍTIMAS, RESTABELECER AS CONDIÇÕES DE ANTES DO CRIME e, se possível, viável, desejável e accessoriamente, prover ao criminoso a orientação sobre alternativas de conduta, enquanto ele recompõe as coisas e os prejuízos, perdas e danos.
O que o legislador e os poderes público, no judiciário, no legislativo e executivo, fazem hoje, em relação às condutas nocivas, é construir mercado de trabalho e serviços para a corja de advogados, delegados, funcionários públicos, laranjas deles e dos policiais em empresas de segurança e vigilância, e outras.
Em momento algum a Ordem Jurídica Brasileira trata daquilo que interessa realmente à Sociedade, isto é: estabelecer e incentivar a
Paz,
Harmonia,
Colaboração,
Entendimento,
Cooperação…
…bem o contrário disso, ao criar leis para grupos, para tipos de indivíduos, para minorias, para proteger A ou B, para fins eleitorais, para acomodar conflitos….!
Note que:
a) Essa lista acima é horrível, do ponto de vista dos advogados. Numa sociedade em que se praticam aqueles valores e princípios, os advogados morrem de fome.
E note também que:
b) Evitar crimes não faz parte do NEGÓCIO (BUSINESS) DOS ADVOGADOS – nem daqueles que assessoram os homens públicos, nem dos que operam o judiciário.
Portanto, para começar, temos que nos compenetrar de que o problema da criminalidade crescente no Brasil inclui os advogados de coleirinha numerada pela OAB: os que assessoram quem faz leis e regulamentos, e os que operacionalizam a aplicação das leis.
Rigorosamente, as leis deveriam ser feitas pela Sociedade enquanto assessorada por FILÓSOFOS e por operadores da Sociedade e não pelos operadores dos direitos.
A esses cabe a aplicação das leis. E não de outras, mas daquelas feitas sob esses princípios.
E voltando a Bolsonaros e outros, se é para “esperar” alguma coisa de candidatos, ou se é que temos que “pedir” algo a candidatos, então pensem em algo que considere esses pontos acima.
Fui claro?